Olá, sou Yan Vancelis

Sou um designer generalista. Por aqui, falo sobre assuntos que envolvam tecnologia, design, produtos e muito mais.

  • Como tenho utilizado IA no dia a dia como designer

    Embora ferramentas de IA estejam presentes no nosso dia a dia desde muito antes do surgimento do chatGPT, é inegável que este trouxe uma nova dinâmica para o desenvolvimento dos nossos projetos, já que agora sim nós temos assistentes virtuais que realmente são assistentes.

    Para os desenvolvedores, o uso da IA é algo muito óbvio, pois sabemos que escrever algoritmos é basicamente escrever receitas que a serem executadas pelas máquinas, e penso que os prompts nada mais são do que linguagens de programação de altíssimo nível, totalmente verbalizadas, que tornam a escrita das receitas muito mais próximas da nossa linguagem. Isso, é claro, para não falar dos auto-complete que ficaram ainda melhores.

    Prompts nada mais são do que linguagens de programação de altíssimo nivel

    Mas, e para nós designers, cuja atividade geralmente demanda muito mais pensamento do que operacional de fato? Ainda que muitas vezes tenhamos uma entrega final muito visual, seja por meio de protótipos interativos, seja por meio de peças gráficas e apresentações, nós não chegamos esse resultado sem interagir com nossos clientes e nosso time, muito menos sem a aura que gira em torno do processo criativo que pertence a cada designer.

    Gemini (ou qualquer outro chatbot)

    Não poderia começar diferente, pois os chatbots são as ferramentas base nesse processo. No meu caso, a escolha que faço é pelo Gemini pelo fato de que eu já utilizo o pacote Google Workspace e isso torna o produto mais barato e com uma experiência mais integrada com ferramentas como o Drive e Meet. Na minha experiência, o Gemini parece trazer respostas mais conservadoras e “enlouquece” menos, mas acredito qualquer alternativa, mesmo em planos gratuitos, sirva aos propósitos que vou trazer aqui.

    Gerar textos e informações: Começando pelo básico, gerar informações textuais para popular interfaces e peças gráficas em estágios iniciais foi o primeiro uso que dei aos chats. Já pensou naquela interface que você precisa preencher uma tabela com vários produtos de uma categoria? Esse é o poder “mais fraco” dos chatbots.

    Acesso o prompt aqui

    Avaliação de arquivos de texto: O principal uso do Gemini hoje em dia é para tirar insights de transcrições de reuniões. A partir de transcrições que faço utilizando o Buzz (que citarei mais a frente), faço com que o chatbot entenda quais são os próximos passos, comece a construir histórias de usuário, personas, arquitetura da informação e até fluxos para desenvolvimento de protótipos. Os resultados tem sido excelentes, mas depende muito da sua criatividade com os prompts.

    E é possível fazer o inverso, adicionando arquivos já prontos frutos de outros processos, como boards do Miro em PDF, manuais de uso e outros arquivos para obter insights, iniciar a ideação para construir fluxos de telas … novamente, tudo depende da sua criatividade! Se souberes dizer o que precisa, vai obter bons resultados.

    Avaliação de imagens: Outra utilização interessante, aqui pensando mais como designer de produtos, é a avaliação de imagens presente nesses chatbots. No Gemini, como complemento para as transcrições, posso trazer também telas de sistemas existentes e pedir que ele “combine essas informações” para os fins que precisamos, como por exemplo, um redesign de interfaces.

    Também dá para pedir pra ele avaliar as telas que você está criando com base em heurísticas como a de Nielsen, por exemplo, e os resultados são muito interessantes. Enquanto escrevia esse texto, pedi para avaliar a tela do editor aqui do WordPress.

    Acesse o prompt aqui

    Buzz

    Buzz é uma ferramenta super simples cujo propósito é transcrever arquivos de áudio e vídeos para formatos de texto, tudo offline, o que nos ajuda a levar todas aquelas informações para um prompt e trabalhar em cima delas. Ela é uma alternativa barata (grátis se você usar a versão clássica) caso você não queira ter que “andar” com um bot que entra com você em toda reunião, como acontece em soluções como MeetGeek, que apesar de ter uma transcrição de altíssima qualidade, é uma ferramenta paga e o custo não é baixo. Resumindo, o Buzz dá pro gasto e dá pra começar com ele. Você pode utilizar tanto as gravações das ferramentas de videochamada como também gravar offline com o OBS, sempre pedindo permissão dos convidados, é claro!

    Visual Eletric

    Embora todos esses chatbots gerem imagens, uma ferramenta que vem me surpreendendo e ajudando nas minhas entregas mais visuais é o Visual Eletric. Basicamente, ele gera imagens a partir de prompts e permite que você defina o preset, que pode ser fotografia, cinema, estilo, ilustração … e as cores que você deseja que estejam presentes. Após o processamento, você pode ainda “dirigir” a criação a partir do resultado do prompt. Embora existam várias ferramentas que gerem imagens, mesmo entre as focadas nesse fim, o Visual Eletric surpreende pela qualidade altíssima dos resultados e é realmente uma baita opção aos bancos de imagens, e muito mais barato, e é muito mais fácil chegar a um resultado que combine com a proposta da demanda do seu cliente e sua marca, e novamente, sua criatividade é o limite. Segue um prompt e um resultado:

    A person is in a cozy house, drinking coffee. This house has natural architecture, with plants that decorate the environment. There is also a bookshelf in the background

    Essas são algumas das ferramentas e processos que tenho adotado no meu dia a dia como designer que acredito que me ajudam a organizar as ideias e focar em soluções, tornando minhas entregas mais assertivas e dinâmicas. Essas ferramentas evoluem rapidamente, então é preciso estar sempre de olho nas novidades.